Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 23 de janeiro de 2011

"Nós que aqui estamos por vós esperamos" (Marcelo Masagão, 1999)


Trata-se de um documentário/ficção com proposta muito peculiar, e o motivo de seu espantoso título só se revela ao final. "Um dos melhores e mais originais filmes brasileiros da década de 1990" (Cine Repórter). Seus únicos recursos são música, fotografias / imagens de arquivo e pequenos textos curtos, que funcionam como comentários. Na conjunção desses três elementos o século XX desenha-se ante o espectador, numa visão melancólica, que culmina na cena que traz o título do filme.

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