Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

alegria

Amado e estimado blog: passo por aqui para dizer que hoje fui tomada por uma alegria tão inesperada na escola, na hora do intervalo, que de repente me peguei cantando... e com tal empolgação e desprendimento e vontade que um colega ao meu lado disse, em alto e bom som, que queria saber o que eu havia tomado... Ora, alegria. Alegria por quê? Não sei. Camadas profundas se revolvendo em meu ser. Alegria que vem de mim mesma, alegria de saber que daqui a três dias tudo terá outra liberdade, e que eu posso me permitir isso, sentir-me feliz por existir e saber-me num certo rumo (que foi, desde sempre, uma aposta, um risco), mesmo que seja um sensação momentânea. Mas também por isso ela me é tão cara. Indescritível. 

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