Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quarta-feira, 23 de março de 2011

versão digital da minha tese de doutorado

Esta é a notícia alegre do dia, pelo menos do meu dia, e alegre para mim. A UFMG disponibilizou a versão digital, em PDF, de minha tese de doutorado (aqui). Gostaria de sinalizar dois aspectos técnicos, formais. O editor de textos não oferece recursos, pelo menos a uma leiga em informática como eu, para numerar as páginas conforme pedem as normas técnicas: embora a numeração conte desde o início, páginas exibindo números só poderiam aparecer a partir da segunda página do texto propriamente dito. Ou seja, a numeração das páginas iniciais não é a mesma da versão impressa, e há um segundo fator em cena. A ficha catalográfica, na versão impressa, aparece no verso da folha de rosto, enquanto na versão digital não consta a folha de aprovação, já que, como documento expedido pelo programa de pós-graduação, teria que ser escaneada para figurar no texto, alterando ainda mais a numeração (a folha de aprovação não conta como página numerada), e também porque a entrega da cópia digital, em CD, era um dos pré-requisitos para liberar a documentação, e eu precisava agilizá-la. Uma burocracia que exige paciência.

Dito isso, cumpre sinalizar que a versão definitiva sofreu pequenas alterações em virtude de ponderações da banca, e como essas alterações tiveram que ser feitas com rapidez para a liberação da documentação, pode ter escapado algum truncamento sintático, ao passo que na versão que seguiu para a banca, a que foi examinada e arguida, revisei o texto para eliminar problemas linguísticos/gramaticais e de digitação, e apenas um me foi apontado por um dos arguidores. Nem tão cedo pretendo reler o texto, preciso de um tempo para me refazer dos excessos que cometi para finalizá-lo. Então, a eventuais leitores, peço de antemão desculpas por problemas gramaticais e de normalização que forem encontrados. Peço a gentileza de não denunciá-los para mim: não me apraz rever nada no momento, além de me desagradar saber que deixei passar deslizes no uso da língua. Como o marido traído da história, prefiro não saber. É uma posição mais confortável no momento.

Mas, no que concerne a questões teórico-críticas, terei o maior prazer em discutir o que quer que seja. É para mim motivo de satisfação poder debater um trabalho que, afinal, me trouxe tanta alegria. E é essa alegria que estou partilhando ao divulgar, neste espaço, meu trabalho sobre a crítica literária de Sérgio Buarque de Holanda.

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