Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

nas ruas da cidade

A rua ontem não estava nem mais nem menos agitada que o usual. Estava rua, com sua confusão de signos, sua dispersão de passos, seu entrecruzar caótico de gente. Encontrei uma brecha e fui ao CCBB comprar a entrada para o teatro que está prestes a sair de cartaz, "Na Selva das Cidades", de Bertold Brecht. Aproveitei o parêntese e conferi a exposição sobre Miles Daves, também saindo de cartaz, reparando num trocadilho: Miles Smiles. 

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