Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

a sereia e o desconfiado

O crítico Thomas Higginson, com quem Emily Dickinson se correspondeu, desencorajou-a a publicar seus poemas. Emily Dickinson respondeu-lhe: “Sorrio quando sugere que eu protele a ‘publicação’. Se eu conhecesse a fama, eu não poderia fugir a ela, se não a conhecesse, ela me perseguiria o dia inteiro e eu perderia a aprovação de meu cachorro”. Quem conta a história é Augusto de Campos, no prefácio da coletânea Emily Dickinson: não sou ninguém

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