Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 24 de dezembro de 2011

espírito natalino III

No supermercado lotado já pela manhã ― meu Deus, como fui parar lá hoje? ―, sol escaldante, um funcionário, rapaz jovem, repondo o estoque, distraía-se do dia que promete, cantarolando Renato Russo e suavizando esse imponderável que vai no meu coração: é preciso amaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar as pessoas como se não houvesse amanhã... Já na fila do caixa presenciei um bate-boca.

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