Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 24 de novembro de 2012

pombos, um incômodo

Preciso falar dos pombos, mas preciso antes conseguir falar dos pombos. Eles têm me incomodado ultimamente, como muitas outras coisas, aliás. Muitas outras coisas? Talvez o correto seria dizer algumas outras coisas. Mas saiu “muitas”, e a escrita não precisa sofrer a repressão ― seria melhor dizer censura, mas saiu “repressão” ― que timbra outros aspectos da (minha) vida. Por enquanto é isso: preciso conseguir começar a falar dos pombos. Já é um começo.

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