sábado, 18 de agosto de 2012

nothing (curta de animação)

que seja pelo mero prazer de apreciar um bom curta

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

João Cabral de Melo Neto

A VIAGEM

Quem é alguém que caminha
toda a manhã com tristeza
dentro de minhas roupas, perdido
além do sonho e da rua?

Das roupas que vão crescendo
como se levassem nos bolsos
doces geografias, pensamentos
de além do sonho e da rua?

Alguém a cada momento
vem morrer no longe horizonte
do meu quarto, onde esse alguém
é vento, barco, continente.

Alguém me diz toda a noite
coisas em voz que não ouço.
Falemos na viagem, eu lembro.
Alguém me fala na viagem.

MELO NETO, João Cabral de. Serial e antes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997, p.33. 

foucault citando um historiador

“Nos nossos dias ― disse em 1960 ― a saúde substituiu a salvação.”  FOUCAULT, Michel. Nietzsche, Freud e Marx. Theatrum Philosoficum. Trad. Jorge Lima Barreto. Porto: Anagrama, 1980, p.34.

caminho, desvio, atalho?

Preciso encontrar (reencontrar?) a trilha das palavras, uma após outra... com ou sem sentido.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

respiração artificial

Respiração artificial, de Ricardo Piglia, é diferente de tudo que já li: posso dizer mesmo uma grata surpresa. É um romance político, e embora certos nomes citados possam não ser familiares ao leitor não argentino, isso não impede, de forma alguma, perceber e apreciar a intrincada trama literária que o escritor arma para tenta capturar a história, ou melhor, as águas da história, como uma das personagens diz. Há passagens memoráveis, como esta:  

“E então? Um círculo. Uma morte atrás da outra. Muito bem: onde começa essa cadeia que encadeia os anos para vir se encerrar comigo? Como começa? Não deveria ser essa a substância de meu relato? A origem?  Porque se não, para que contar? De que serve, jovem, contar, se não for para apagar da memória tudo o que não for a origem e o fim?” (p.50). “(...) porque tudo que contamos se perde, se afasta. Contar, então, é para mim uma maneira de apagar dos afluentes de minha memória aquilo que quero manter para sempre afastado de meu corpo.” (p.48) Ricardo Piglia. Respiração artificial. Trad. Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

domingo, 12 de agosto de 2012

???

Sonhei que estava num elevador em queda com minha sobrinha no colo. Nada aconteceu.