Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

antes era perfeito

Ontem, depois da consulta ao bem-humorado médico ― não adianta, é inútil ―, e também porque ela havia sido assunto na sessão de análise: “Ter nascido me estragou a saúde.” (Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.408).

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