Trabalhar com criança é sempre uma surpresa, via de regra boa. Um pouco inspirada pelo post de um amigo, resolvo relatar aqui uma situação inusitada que vivi. Alunos do 6º ano, encenação em grupo das fábulas do livro que eles leram, do Monteiro Lobato. Algumas apresentações ficaram simplesmente ótimas. Uma delas caiu no anedótico e pitoresco. Um grupo de seis garotos foi encenar a fábula "O lobo e o cordeiro". Eu observando, três de pé encenando (o lobo, o cordeiro e o narrador) e três abaixados num canto, na minha cabeça esperando a hora de entrar em cena, minha cabeça esperando-os entrar em cena. De repente, acaba tudo, rápido. Eu olho para os três e pergunto: e vocês? A gente tava fazendo o barulhinho do riacho... Na hora deu um estalo e eu falei: então troca. Uma saia justa e tanto. Mas o mais engraçado foi que um outro garoto, da turma, rebatizou a fábula: "O lobo, o cordeiro e o riacho". Captou algo da malandragem do grupo. Aliás o carioca é sempre surpreendente. Leciono para cariocas-mirins, mas cariocas, e acabo aprendendo um pouco da manha do mundo com eles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário