sábado, 2 de outubro de 2010

da série "perguntas imprevisíveis"

Um aluno do 6º ano me pergunta se um número equivale a uma palavra. Um número, em sua representação gráfica de número, não por extenso. É que ele precisava escrever alguma coisa com não sei quantas palavras, e aí me perguntou se podia colocar um número como palavra. Um número, em princípio, não seria uma palavra, mas escrito por extenso é. E é claro que número é uma palavra. A gramática escolar de Evanildo Bechara diz, no capítulo referente à questão, "Numeral": "É a palavra de função quantificadora que denota valor definido: 'A vida tem uma só entrada: a saída é por cem portas.' [MM]" Prossegue o autor: "Os numerais propriamente ditos são os cardinais: um, dois, três, quatro etc., e respondem às perguntas quantos?, quantas? Na escrita podem ser representados por algarismos arábicos (1, 2, 3, 4 etc.) ou romanos (I, II, III, IV etc.)." (BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006, p.184). Admitindo-se que algarismo é diferente de palavra, fica então respondida a pergunta do aluno. Uma pergunta que me obriga a pensar sobre o que é uma palavra me leva a deduzir que tenho alunos interessados, que nem sempre mostram tudo que sabem. Ou será isso viagem demais?  Ah, sim: o MM citado é de "Marquês de Maricá".

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