sábado, 16 de outubro de 2010

"Quando Fui Outro" - Fernando Pessoa


O que mais surpreende em Quando fui outro, antologia de poesia e prosa de Fernando Pessoa organizada por Luiz Ruffato, é o contraste entre a capa e a melancolia que compõe o volume. Falar de melancolia em Fernando Pessoa é praticamente uma redundância, mas não há termo que quadre melhor, numa pincelada rápida. Abre a coletânea, salvo engano, "Tabacaria", um dos poemas mais desconcertantes de Álvaro de Campos, poema que provoca uma leitura do assombro, do espanto, do impossível. A seleção de Luiz Ruffato foi bem cuidadosa, a edição está caprichada, trata-se de um livro bonito, em muitos sentidos. Se isso não fosse um truísmo, diria que há em Fernando Pessoa uma densidade que o discurso não comporta, e que isso diz muito de certas questões referentes à poesia moderna. Mas a capa, acenando com uma alegria... quem é esse outro, que desejou ser amado? Talvez o mesmo de quem jorrou uma poesia que torna impossível não amar, poesia e poeta. Segue o link da pesquisa buscapé para o livro (aqui). 

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