segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sérgio Sant’ Ana Ortiz

Ainda bicho
              a Manuel Bandeira

Hoje mesmo vi um bicho
Ele ainda cata comida
No chão de um terreiro
Entre os detritos que esqueci.

Quando acha alguma coisa
Ele não se satisfaz:
E joga o lixo pelos ares.

O bicho não é um cão,
Não é um gato,
Não é um rato.

O bicho, sem deus, ainda é homem.

As flores do precipício, p.4 (enviado pelo autor)

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