sábado, 13 de novembro de 2010

Rainer Maria Rilke: Sonetos a Orfeu

I, 22

A nós, nos cabe andar.
Mas o tempo, os seus passos,
são mínimos pedaços
do que há de ficar.

É perda pura
tudo o que é pressa;
só nos interessa
o que sempre dura.

Jovem, não há virtude
na velocidade
e no voo, aonde for.

Tudo é quietude:
escuro e claridade,
livro e flor.

RILKE, Rainer Maria. Coisas e anjos de Rilke. Trad. Augusto de Campos. São Paulo: Perspectiva, 2007, p.155.

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