segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Alice nas Cidades (Wim Wenders, 1974)

A televisão resolve reprisar o filme de sábado, e assisto enquanto as pestanas não me vencem. Está lá o estilo do cineasta alemão: seres misteriosos, silenciosos, deslocados, mas que não prescindem de humor e certo charme em sua itinerância. Como se trata de um road movie, isso tudo fica bastante marcado. Duas falas, a primeira quando o protagonista ainda está sozinho, a segunda já na companhia da menina Alice, que o acaso lhe trouxe. O jornalista alemão está rodando os Estados Unidos com o fito de fazer uma reportagem que não consegue escrever, e fica no plano do registro das imagens. Não suporta os canais de televisão, as músicas que tocam nas estações de rádio. No carro, ao mudar de estação, diz algo assim: É melhor falar sozinho, se bem que isso seja mais ouvir que falar. Já na companhia de Alice, e na Europa, num daqueles diálogos nonsense que acontecem entre crianças e adultos, numa sintonia fina ela lhe pergunta que tipo de medo ele tem. Ele responde com outra pergunta: existem tipos de medos? À afirmação dela, ele diz: Tenho medo do medo. Segue aqui um comentário inspirado, e no vídeo uma apresentação pelo telecine cult.

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