“A nova poesia ― a lírica ― é um produto artístico que envolve uma característica de cumplicidade, de controle crítico e ― para usar uma expressão perigosa ― o conceito do artístico. Na composição de uma poesia, não consideramos apenas a poesia, mas também o seu autor. Neste sentido é particularmente significativa a posição de Valéry, para quem a contemporaneidade do fato poético com aquele crítico-introspectivo atinge o seu limite onde os dois lados se interpenetram e se fundem. Aliás, ele afirma: ‘Por que não devemos começar a considerar como obra de arte a própria construção da obra de arte?’ Neste ponto nos defrontamos com uma particularidade significativa do atual Eu lírico. Na literatura moderna encontramos diversos exemplos de poderes que se equivalem num determinado autor, das suas qualidades líricas e ensaísticas. [...] Os líricos modernos nos apresentam uma filosofia da composição e uma sistemática da criação.”
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