quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

sentar-se no "café" do post

Um comentário recente num post de um poema de Manuel Bandeira, sentei-me um pouco aqui no post "do café" (aqui), trouxe-me a sugestão de pensar no post como uma parada num café, como a conter (nos dois sentidos), ainda que momentaneamente, o fluxo do caos, em que esse caos encontre alguma expressão tangível, inteligível. Imaginar na escrita de um post (ou na sua leitura, ou mesmo na leitura do que quer que seja) certo imponderável de quem se coloca na pausa, no contrafluxo; imaginar certa gratuidade no gesto de ler e escrever, como quem se senta em um café para nada, para simplesmente subtrair-se ao turbilhão da vida, à agitação frenética das pessoas. Sentar-se no post do "café", sentar-se no "café" do post, pelo menos no meu caso, e nos últimos tempos, não deixa de ser um exercício em que encontro um respiradouro para o turbilhão. Livrarias não costumam dispensar seus cafés, por vezes charmosos, como também se tornou metáfora corrente café literário, ou café filosófico. Pois este post quer ser apenas isso: a gratuidade do gesto de escrever. Eu, que sou tão porosa, e preciso tanto da escrita. 

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