O bizarro post anterior, without words, vem a propósito dos sonhos. Durante muito tempo, tive dois sonhos recorrentes: ainda na infância, sonhava que tentava fugir de alguma coisa, ou sair de algum lugar: corria e corria mas sem conseguir me mover, me locomover (aflitivo); num segundo sonho, bastante caro a quem veio de condições sociais pouco favoráveis, já adulta, encontrava-me em situações sociais, públicas, desvestida de sapatos, quer dizer, com os pés nus. No país das havaianas anda-se no máximo com os pés seminus. Pois bem: parei de sonhar que estou em público com os pés constrangedoramente expostos (era o que sentia, vontade de me esconder, enquanto tentava entender, no sonho, como tinha ido parar naquela situação), talvez porque tenha conseguido alguma mobilidade social à custa de estudo e trabalho. De todo modo, herdei dos tempos mais austeros o hábito de ter poucos sapatos. E continuo sonhando.
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