sábado, 12 de fevereiro de 2011

De volta ao quarto 666 (entrevista com Wim Wenders)


A proposta reinveste sobre o que Wim Wenders fez em Quarto 666, tomando-o como entrevistado sobre o futuro do cinema. Mas se então o debate girava em torno do cinema e a emergência de novas mídias, como a televisão e o VHS, a possibilidade de assistir o filme em casa, o que conferia uma tônica de pessimismo às falas dos entrevistadoss, conforme o próprio Wenders pontua, sua posição, cerca de 20 anos depois, é otimista em relação ao cinema, otimista demais talvez, e o alvo que ele tem em mira é bastante problemático: "...as pessoas precisam do cinema, precisam desse instrumento, mais do que qualquer coisa. Todos nós sabemos que a 'palavra', a 'palavra falada' ou a 'palavra escrita', pertencem à cultura do passado. E que o futuro de nossa cultura é a 'imagem'. E este futuro recém começou." Há muito que se anuncia o fim do conhecimento centrado na palavra. A conclusão da entrevista é decepcionante, vinda de um cineasta como Wim Wenders, cujo brilhantismo da obra dispensaria esse triste papel de advogar em causa própria. 

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