Veio um pequeno grupo de ex-alunos meus do 6º ano, agora no 7º, falar de saudades, perguntar se eu voltaria a dar aula para eles etc. Imprevisíveis. Muito simpáticos, não pareciam afetar um sentimento que não existia, mesmo porque criança não costuma perder tempo com isso, algo que, à medida que vão crescendo, lamentavelmente começa a acontecer. Que interesse poderiam ter em vir me falar algo dessa ordem? Nenhum, equivalendo aos alunos que nada vieram falar. Queriam falar, falaram. Me senti lisonjeada e contente ao ter meu valor reconhecido naquela roda de meninos (e algumas meninas) inteligentes, saudáveis, bonitos, sobretudo simpáticos e ainda com alguma coisa do frescor da infância. Porque era disso que se tratava, um afeto desinteressado, um modo de afetar e ser afetado que dizia respeito à experiência da sala de aula. Aí um deles disse uma coisa muito engraçada, como se dissesse de fato uma coisa evidente por si mesma, que não necessitasse de justificativa ou explicação mas fosse importante para o mundo funcionar: esse ano só tem professora feia. No mesmo instante eu devolvi: então quer dizer que eu era bonita?! Eles riram, e ficou por isso mesmo, cada um tomou seu rumo. Gostei de ouvir a indireta sutilmente sugerindo minha beleza? Sim, que mulher não gostaria?
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