quinta-feira, 10 de março de 2011

"dotôra"

Acabei de atualizar o lattes, fazendo lá constar que agora sou "dotôra". Não que isso tenha mudado qualquer coisa de substancial em mim. No meio da confusão que tem sido minha vida, a última coisa de que me lembro é o título. Não pertenço ao grupo dos que se autointitulam doutores/as por mero hábito do ministério (ou monastério): médicos, advogados, políticos: os doutores por convenção que grassam no país dos bacharéis, dos quais Oswald de Andrade fez troça no Manifesto da Poesia Pau-Brasil: "O lado doutor, o lado citações, o lado autores conhecidos. Comovente." [aqui] Trata-se de fugir da erudição de verniz e admitir que o título, além de representar a culminância de uma etapa longamente ensaiada (desde que escolhi Letras sabia que iria me doutorar em Literatura Brasileira), representa melhorias efetivas de salário. Amigos brincaram de forma até surpreendente com o título, mas eu levei na esportiva. O que conta é que consegui o que eu queria: fazer um doutorado que representou uma possibilidade efetiva de aprendizado e crescimento pessoal, numa instituição de minha escolha. Acho que as minhas fichas ainda não caíram, só agora começo a perceber o que efetivamente conquistei.

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