terça-feira, 19 de abril de 2011

ou talvez não...

Ao contrário do que foi dito no post "suave é a noite", a noite se basta, é suave por si. O seu silêncio promete uma integração com o cosmos pela entrega ao sono, e isso prescinde, independe da presença ou companhia de outro ser. É um equívoco pensar que a companhia humana engrandece a noite: não engrandece nem diminui. A delicada assunção da insignificância ante tudo é antes uma consequência de colocar-se só diante do cosmos, pois a companhia, ao confortar, tira a dimensão dessa insignificância, torna tudo mais inocente. Então a insignificância se dá na solidão, e não tem nada de intolerável. Antes, é bem-vinda. Noite é estar só diante do cosmos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário