Tem vez que dá vontade... de encontrar uma palavra que redima da complexidade da vida. Eu quero mais é aquele canto torto clarice lispector hora da estrela: “Eu não sou um intelectual, escrevo com o corpo.” ― Aliás, é com ele que se costuma viver ― “E o que escrevo é uma névoa úmida. As palavras são sons transfundidos de sombras que se entrecruzam desiguais, estalactites, renda, música transfigurada de órgão. Mal ouso clamar palavras a essa rede vibrante e rica, mórbida e obscura tendo como contratom o baixo grosso da dor. Alegro com brio. Tentarei tirar ouro do carvão. Sei que estou adiando a história e que brinco de bola sem bola. O fato é um ato? Juro que este livro é feito sem palavras. É uma fotografia muda. Este livro é silêncio. Este livro é uma pergunta.” [A hora da estrela, Rio de Janeiro, Rocco, 1998, p.16-17.]
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