Mas será que as pessoas, essas mesmas que se aboletam nos shoppings ou nas filas de consumo, já se fizeram a pergunta: o que estou fazendo (ou deixando que façam) com meu corpo? Antes de saber o que era corpo eu já intuía que me faria muitas vezes essa pergunta. E quando me distraí dela a vida pareceu tomar o aspecto de um grande erro, erro no sentido mais nocivo do termo. Nada contra os erros, é com eles que se aprende ― diz-se amiúde. Mas alguns erros parecem padecer de uma estranha exterioridade, resistindo a serem assimilados pelo ego que perdoa. Nesses erros que gritam o corpo está falando, pedindo para ser ouvido. Não importa a escolha que se faça, cedo ou tarde ela chegará ao corpo. Este corpo que escreve, respira, faz compras, ama, odeia, vai à praia, cria. A única fortaleza que se possui.
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