domingo, 18 de setembro de 2011

a arenga dos discursos

Diz-se amiúde: cada um luta com as armas que tem. É engano: a luta é com as armas que se consegue manusear. E mesmo isso é passível de questionamento (e o que não é?): a palavra "arma" põe em cena um componente belicoso próprio de um tempo em que tudo parece estar em guerra. O embate, qualquer que seja, começa na linguagem, e assumir a posse de armas é colocar-se no terreno da disputa que a postura parece querer encampar. Passa despercebido que e como o mundo penetra na linguagem e a elege como território privilegiado de seu campo de batalhas, da qual emanam ditos simplificadores dispondo as pessoas, supostamente, de armas com que lutar.

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