Ontem, no final da tarde, vi, num canal alternativo, uma matéria sobre o cinema de Jean-Luc Godard. Esta noite, tanta coisa compareceu em meus sonhos, signos esparsos unidos por um fio muito tênue... mas estava tudo lá, elementos díspares que a música do dia mais ou menos acalma ― aquele calo da alma que não quer calar, certas pessoas (o que representarão?), amizades perdidas que levam de volta ao amor. No sonho, como no cinema de Godard, é a própria noção de representação que entra em cena. Talvez não seja o caso de tentar interpretar, mas deixar que os signos falem: afinal eles conseguiram romper a barreira da noite e encontrar no dia um mote, um elemento deflagrador e aglutinador ― as imagens em movimento do cinema, não qualquer cinema. Então o sonho seria como um filme, um curta-metragem, vivido quando se dorme e assistido quando se vive. E vertido em escrita quando se percebe nas palavras a extensão dos difíceis signos entrevistos no sonho.
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