quinta-feira, 6 de outubro de 2011

oásis

No silêncio da tarde, me dirijo à cozinha para tomar água. É quando percebo o que tenho. Sob a transparência do filtro comum, azulado, adquirido com zelo, a água repousa em sua placidez. Aberta a torneira, no copo vibra a água, fazendo valer seu valor de líquido ― líquido, conforme aprendi na escola, insípido, inodoro e incolor. Nenhum dos três adjetivos, essencialmente de negação, faz jus à água. A água sabe de longe a oásis, traz o frescor das coisas que se conquistam com meditada paciência ― a água que se toma para saciar a sede própria do que é vivo. 

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