quarta-feira, 2 de novembro de 2011

há pelos menos duas cidades chamadas rio de janeiro

Desconfiar é confiar em alguma coisa diferente, intuída ou vislumbrada, das que facultam, engendram, tornam possíveis e factíveis (os verbos aqui seriam inúmeros) os diferentes tipos de acordo que fazem a teia da sociedade, esgarçada, é bom notar, das conversas de comadres aos acordos políticos ― e é justo perguntar se existe alguma diferença entre uma coisa e outra. É o oposto da ingenuidade. Quem desconfia não necessariamente deixou de confiar, apenas está se fiando em algo diferente do previsto, inclusive por si próprio. "É uma máfia estabelecida", diz Marcelo Freixo sobre as milícias no estado do Rio de Janeiro, e deixando temporariamente o país por ter recebido, só em outubro, sete ameaças de morte, que o governo do estado estaria, conforme o deputado, negligenciandoNada é feito e há um cinismo no Rio de Janeiro, em que se finge que o problema das milícias está resolvido. Eu não posso continuar convivendo com essas ameaças como se a milícia fosse um problema só meu. Não é. Esse é um problema do Rio de Janeiro.” Há uma insuficiência nas ações do Estado. Estamos assistindo (tomando de empréstimo o título e a sugestão do conhecido filme de Victor Erice) à hegemonia do espírito da milícia. 

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