Ouvi hoje de uma colega de profissão que era imprescindível uma roupa nova para a virada do ano. E então, tomando de empréstimo o Verissimo, me ocorreu que sempre me espanto um pouco mais com a variedade humana. Somos todos da mesma espécie, mas o que encanta uns horroriza outros. Atenuando esses extremos, o que encanta uns espanta outros. Nunca essa coisa de roupa nova havia se colocado antes para mim, mesmo como uma possibilidade. A ideia, à parte a suscetibilidade à nuvem dos discursos, era-me até então indiferente. Este ano pensei mesmo em fazer algo totalmente diferente, uma viagem para um lugar sossegado, reservado e aprazível. Para o próximo ano não está descartada a ideia. Mas por que me lembrei agora da sugestão da roupa nova? Porque estou buscando uma nova roupagem com que vestir meu ser ― o mesmo que sentir em si algum sopro de renovação. Queria poder trocar de roupa por dentro, dar-me de presente novos trajes. Agora talvez esteja entendendo a simbologia da roupa nova na passagem do ano. E porque, via de regra, são roupas brancas.
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