domingo, 19 de fevereiro de 2012

e. e. cummings

piedade desse monstro em ação,humanimaldade?  

não. O progresso é uma doença confortável:
tua vítima(morte e vida a salvo à pane)

brinca com a grandeza de sua pequeneza
— elétrons deificam uma gilete
em macroescala;lentes estendem

nãodesejo por ondeante ondequando até que ele
retorne ao seu nãoeu.
                               Mundo de haver
não é mundo de ser—piedade desta pobre

carne e árvores, pobres pedras e estrelas, mas nunca
desse ótimo espécime de hipermágica

ultraonipotência. Nós médicos sabemos

que um caso é sem remédio quando—olhe:tem uma puta
de uma vida boa paca aí do lado;vamos lá


pity this busy monster,manunkind,

not. Progress is a comfortable disease:
your victim(death and life safely beyond)

plays with the bigness of his littleness
— electrons deify one razorblade
into a mountainrange;lenses extend

unwish through curving wherewhen till unwish
returns on its unself.
                             A world of made
is not a world of born—pity poor flesh

and trees,poor stars and stones,but never this
fine specimen of hypermagical

ultraomnipotence.  We doctors know
a hopeless case if—listen:there's a hell
of a good universe next door;let's go

e. e. cummings. Poem(a)s. 2.ed. Trad. Augusto de Campos. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2011.

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