O JB, quando ainda circulava na versão impressa, tinha uma
coluna ― ou algo similar, pelo menos quando eu ainda lia o jornal ― intitulada
“Sábado no Rio”, que eu percorria sem grande curiosidade, mas que me ficou na
memória ― pelo menos o título. Na época, eu não podia sonhar que um dia viria
morar nesta cidade. O sábado no Rio, conforme apresentado pela simpática
coluna, era uma coisa que se passava num reino bem distante, quase em outra
galáxia. Tratava-se de uma leitura (ou leitora) pitoresca. Mas, de fato, a grande mestra disso
tudo é a memória. Eu teria me esquecido dessa coluna por completo se não
tivesse vindo morar no Rio de Janeiro e prestado atenção em seu sábado, por
outro ângulo, diga-se. O (meu) sábado no Rio tem pouco a ver com a substância
porosa que guardei da leitura da coluna antiga, e foi por contraste que a
memória trabalhou. Porque eu sei que é diferente, mas não sei explicar como nem
por quê. A memória deu contorno a uma experiência, mas essa experiência é
singular.
Nenhum comentário:
Postar um comentário