Hoje, no Centro, já anoitecendo,
um homem, batedor de carteira, corria em disparada, quando caiu violentamente
no meio da rua e foi dominado por dois policiais, que mediam velocidade com ele
em perseguição desatinada. Os transeuntes pareciam extasiados com a cena. Ouvi
o baque de seu corpo de encontro ao chão. Enquanto isso, as lojas de roupas
femininas estampavam liquidação com preços de três dígitos antes da vírgula. Na
troca de turno dia/noite das ruas do Centro, aos poucos foram rareando os
frequentadores habituais ― exceto nos pontos de happy hour ― e começando a ganhar evidência catadores de papel e
moradores de rua ― criaturas da noite, lembrando o título de uma
canção cujo lirismo passa distante desse mundo desencantado.
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