“O fato é que somos universos a anos-luz uns
dos outros e, quando nos roçamos, a faísca que se produz é no mais das vezes
atrito, não harmonia. Esta é a origem do culto da solidão preconizado por
Proust, Virgínia Woolf, Clarice Lispector ― a perplexidade de que um homem
nunca se sintonize adequadamente com o outro, a estupefação com o fato de que
não nos assemelhemos a ninguém e de que todas as relações sejam uma espécie de
compromisso forçado para o espírito, uma opressão bem ou mal disfarçada. É duro
olhar para o fundo de nós e notar que temos bem pouco em comum com quem quer
que seja. Afinidades são constituídas em grande parte por complacências.”

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