Tudo aquilo que não se vive, que alguém não vive,
comporá outra vida? Como seria essa vida paralela, essa outra vida a que não
cedo meu corpo? Não existe. O “se” é uma ficção. E se... Não é possível: então
não existe. A ilusão consiste em vislumbrar uma espécie de universo paralelo,
enquanto cria-se outra ilusão, da vida adiada. O que existe, mesmo, são estas
palavras, em que a vida em mim vive. Uma pena eu não ter recursos para dizer
isso com mais fidelidade ao que sinto.
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