domingo, 14 de outubro de 2012

entre o sono e a vigília

Há um momento, entre o sono e a vigília, que tem me surpreendido ultimamente. Estou caindo de sono, com um livro nas mãos no momento A lua vem da Ásia ―, e ainda penso que leio. Então os olhos começam a cerrar-se sobre um parágrafo que nunca mais termina, enquanto imagens estranhas atravessam minha mente como se fossem choques, pois volto a despertar imediata e instantaneamente, surpreendida, embora tenha demorado a percebê-lo assim, pelo conteúdo dos sonhos que está a penetrar a vigília. Os sonhos cabem na inconsciência do sono, e por isso a sensação de choque. São imagens e sensações estranhíssimas, que não conseguem encontrar expressão e vazão na linguagem e em sua arquitetada sintaxe. Vencida pelo sono, deixo o livro e procuro uma posição confortável para dormir, imaginando o que irei vivenciar enquanto o eu da vigília estiver ausente, praticamente sem conseguir ter acesso a isso, pois que vigilante, pela manhã, o eu volta e intercepta o que poderia chocar.

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