terça-feira, 4 de dezembro de 2012

João Cabral de Melo Neto

O POEMA E A ÁGUA

As vozes líquidas do poema
convidam ao crime
ao revólver.

Falam para mim de ilhas
que mesmo os sonhos
não alcançam.

O livro aberto nos joelhos
o vento nos cabelos
olho o mar.

Os acontecimentos de água
põem-se a repetir
na memória.

MELO NETO, João Cabral de. Serial e antes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997, p.17. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário