O carro-propaganda de uma farmácia passa berrando na
rua: “A Drogaria Exata deseja a todos os seus clientes um Feliz Natal e um ano
novo repleto de saúde.” Meu primeiro
pensamento: querem falir? Mas logo depois as coisas migraram para seu lugar: no
nosso tempo a saúde ― ou o que as pessoas chamam de saúde ― passa inevitavelmente
pela farmácia. Não há assim qualquer risco de falência ou contradição no anúncio. As filas
nas farmácias, que por sua vez se multiplicam em cada esquina, estão aí para
confirmar a constatação assombrosa de que saúde passou a significar doença a curar.
Felizmente as farmácias não são o único reduto da saúde.
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