Na caminhada habitual (hoje matinal), havia uma
poeira muito fina de água caindo do céu. Num dado (e por um) momento, enquanto
esperava a vez de atravessar a rua, tudo assumiu uma forma singular ― talvez pela
circunstância de me encontrar parada, no contrafluxo do movimento que vinha
fazendo ―, e aquela poeira de água, intensificando-se muito devagar, emprestava
à atmosfera que vinha ao encontro de meu rosto um frescor mágico. Tão pouco,
uma poeirinha de água, rarefeita, sobre a vegetação, e o mundo parecia integrar-se
ao sentido perdido no exílio do éden.
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