À leitura da matéria
publicada n’O Globo de hoje, “Filhos de presos torturados
carregam a dor do passado”, foi inevitável a
comoção, porque violência contra criança ultrapassa qualquer fronteira da
razão ou do entendimento. Uma dessas crianças, Carlos Alexandre Azevedo, submetido à violência dos generais quando tinha apenas 1
ano e 8 meses de idade, suicidou-se na última semana. A mim, nascida em 68,
ocorre-me ter então vivido uma outra face da moeda, passando a infância num
interior rural anônimo, anódino, vazio de experiências e de poucas
expectativas, e que bem depois entendi como também uma forma perversa de fazer
a repressão acontecer, porque não saber de nada é quase nada saber.
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