domingo, 24 de fevereiro de 2013

brasil: infância mutilada

À leitura da matéria publicada n’O Globo de hoje, “Filhos de presos torturados carregam a dor do passado”, foi inevitável a comoção, porque violência contra criança ultrapassa qualquer fronteira da razão ou do entendimento. Uma dessas crianças, Carlos Alexandre Azevedo, submetido à violência dos generais quando tinha apenas 1 ano e 8 meses de idade, suicidou-se na última semana. A mim, nascida em 68, ocorre-me ter então vivido uma outra face da moeda, passando a infância num interior rural anônimo, anódino, vazio de experiências e de poucas expectativas, e que bem depois entendi como também uma forma perversa de fazer a repressão acontecer, porque não saber de nada é quase nada saber.

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