quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Fernando Pessoa

Ninguém me disse quem eu era, e eu
A ninguém perguntei.
Vi-me vivendo sob um vasto céu
E senti uma lei.

A informe natureza, desdobrada
Em terra e rio e mar,
Deu-me um indício, como que uma estrada
Para eu caminhar.

Mas o caminho era para quem sou,
E tinha por seu fim
O saber que o caminho por que vou
Está dentro de mim.

Fernando Pessoa. Poesia 1931-1935. São Paulo, Companhia das Letras, 2009, p.327.

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