terça-feira, 21 de janeiro de 2014

liberdade

O mar me traz o que alcanço experimentar como paz. Pisar na areia é adentrar um território em que se desfruta de rara liberdade, inclusive sem perceber. Talvez seja disso, da sensação de liberdade, que venha a paz. Havia hoje uma espécie de bailado de pipas, de um esporte chamado kitesurfe. De repente percebi como estar nesse outro território é também quebrar a cadeia da percepção racional, para que outras coisas sejam vistas, sentidas. Foi assim que vi o bailado. Vi um homem que parecia estar andando em círculos. Mas não me detive nas pessoas. A liberdade que o mar oferece cria uma espécie de indiferença sagrada entre os que estão ali, como se todos fossem cultores de um deus que se confunde com o próprio altar, e que em vez de receber traz a oferenda, é essa própria oferenda. O pôr do sol foi deslumbrante, trazendo aos poucos tons maravilhosos para o céu e a água. E foi enquanto caminhava na beira do mar, ao pôr do sol, que vi duas meninas brincando de fugir das ondas que avançavam, aquele movimento de brincar com as margens ondeantes. Ali estava a liberdade, na fluidez imprecisa do mar, fazendo o corpo experimentar, sem perceber, uma fronteira inofensiva.

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