Em momentos de maior aflição, procuro Deus. Por
atavismo, começo a rezar o pai-nosso: “Pai nosso que estais no céu...” Mas dura
bem pouco minha intenção. Não consigo dizer “seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu.” Se eu quisesse me
demitir de minha vontade, de meus desejos, seria outra minha vida, não estaria
aflita pelo que me aflige. Provavelmente eu seria outra, em perfeita comunhão
com Deus. O que é Deus? Quem é Ele? Isso a que chamam destino certamente se
impõe, está se desenhando em mim, vai além da morte. Por enquanto, tenho
a ilusão de que participo de sua caligrafia, pelo menos. E não quero chamar
Deus de Destino.
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