sábado, 4 de abril de 2015

O abandono

Há coisas fáceis de abandonar: um blog, uma conta em rede social, uma roupa usada, um livro, até mesmo uma profissão. Uma pessoa pode abandonar também suas convicções, quando estas se mostram inúteis ou perdem a relevância. É possível abandonar pessoas — vale dizer, afetos — em relações de diferentes matizes, quando essas pessoas ou relações já não nos dizem nada, ou fazem mal. Mas será possível abandonar um ódio profundo, mortal? A fé em um deus pode ser abandonada sem consequências? Dito de outra forma: o ódio, a fé podem ser mais fortes que o desejo de abandoná-los? Se sim, na verdade são eles que não nos abandonam. 

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