terça-feira, 3 de novembro de 2015

o ciclo da natureza

Ontem foi dia dos mortos. Saí para a caminhada habitual, a recomendada pelos médicos, de fim de tarde. A chuva (também) habitual da data começou enfim a cair, no momento em que saía. Sendo pouca, prossegui. Mas logo engrossou, assumiu ares de chuva de finados. Não recuei. Ao contrário, deixei que a chuva me lavasse e quem sabe levasse um pouco da ansiedade, da respiração opressa. Já quando retornava, quase chegando em casa, me dei conta de que aquela mesma chuva estará um dia encharcando o chão onde estarei enterrada. E senti um enorme sufoco, uma falta de ar, e desejei viver, continuar vivendo, simplesmente, por muito tempo, enquanto a mim isso for concedido. 

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