Loucos passam acelerando e fazendo roncar suas motocicletas na rua em que moro, em
plena luz do dia. Eu gostaria de poder entendê-los, dentro dessa
dimensão ampla do que se chama “compreensão”, que inclui a bondade em relação
ao próximo. Mas não consigo. Então os chamo de “loucos”, modo preconceituoso de
nomear (no caso, um falso elogio) o que não se conhece. Não suporto barulho acima de
certo grau. E minha vizinhança vem se excedendo no barulho: as festas caretas
do saturday night suburbano,
incluindo aquelas voltadas para crianças, de estourar os tímpanos; o mais
novo bar-boteco da esquina, com um karaokê ofensivo aos ouvidos. Barulho acima
de certo grau ― cada uma sabe o seu ―, em áreas residenciais, é falta de educação.
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