Uma das últimas imagens desta noite foi uma onda enorme me engolindo ― ou a caminho de, eu também onda, mar, porém menor. A última imagem desta noite é o desenho de um acontecimento que faz tempo tento entender, o que (me) diz mais de minha angústia do que necessariamente de ter entendido. Na última imagem desta noite a própria metáfora, de que por fim tentava fugir, me engolfou: a metáfora do mar, não esta aqui do blog, mas de outra natureza. E eu acordava, no sonho, em um quarto reformado em que não havia mais vestígios ― traços ― do que tentava entender, e que engendrou a metáfora, ou então a metáfora tinha desaparecido, uma vez me engolfado (mais foi isso mesmo?), sem deixar traços. Mas logo constatava o engano, pequenos defeitos no reboco mal acabado, fazendo daquela gigantesca onda uma presença incômoda, com a qual precisaria lidar. O traiçoeiro (enganoso) da metáfora, a última imagem desta noite. E afinal eu acordei, ainda no sonho, então a metáfora não me engolfou.
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