quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Dora Ferreira da Silva

ULISSES E O INSETO

Quando li o Ulisses de Joyce
o verão era pungente
e as questões.
Nem a rede embalava
nem o mar aplacava
nossos dédalos.
O vento soprou as areias e então

um inseto pousou no livro
aberto ao meio:
olhitos fechados fitaram-me e foi quando
a leitura findou
na página duzentos e tanto...

Dora Ferreira da Silva. Poesia reunida. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999, p.151.

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