O conto “Uma rosa para Emily”, de William Faulkner, integra a coletânea em tela. Uma obra-prima. De minha parte, pensei em conhecida Emily, em secretas homenagens. Por que não? "O poço e o pêndulo", de Edgar Allan Poe, também comparece, e encontrei no volume um conto simplesmente único, magistral, "O ousado rapaz do trapézio suspenso", de William Saroyan, título que alude a conhecida canção popular norte-americana. A tradução de João Cabral de Melo Neto é quase musical: "Saiu a caminhar na manhã, tão desperto quanto podia, dando batidas secas com os calcanhares, recebendo com os olhos a verdade superficial das ruas e das estruturas, a verdade banal da realidade. Sem que o procurasse, viu-se a cantarolar: 'Com a maior facilidade voa no espaço imenso, o ousado rapaz do trapézio suspenso', e depois riu com toda a capacidade do ser. Estava, na verdade, uma esplêndida manhã; nublada, fria e triste, uma manhã para a vida interior; ah, Edgar Guest, murmurou, que fome de tua música.' Esplêndida é a poesia desta tradução, é intuir que há uma verdade banal da realidade.

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