Ontem, enquanto voltava, presenciei, pela tangente, um por do sol nunca antes assim entrevisto. Eu tinha, do ônibus, uma fração de paisagem que se movia em lentidão, e então, quando parecia que o sol já havia se posto, percebi, entre ou além dos prédios, um amarelo intenso no céu, filtrado pelas árvores, que pareciam cintilar. Claro que o contraste imediato foi a iluminação artificial do Natal, reservada para a noite. Aquela cintilação momentânea, criada por uma conjunção especial de horário, lugar, olhar, disposição da paisagem, de um amarelo ouro vibrante e intenso, era um presente da natureza a quem se dispusesse a tirar os olhos do aqui e agora. Pensei também que fenômeno tão belo não combinava com a palavra crepúsculo.
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