Quando li Infância, de Graciliano Ramos, detive-me no primeiro capítulo, as mais remotas lembranças de uma criança. Essa tentativa de lembrar encerra em si a busca pelo próprio despertar para o universo simbólico. O que de mais antigo uma criança guarda em suas lembranças? Como ingressa na representação? Hoje, enquanto me dirigia para o aniversário de minha sobrinha, lembrei-me de leituras recentes acerca da imensa, praticamente inconcebível, vastidão do universo, nas dimensões de tempo e espaço, e mais uma vez tive ciência de minha absoluta insignificância. Mas é como insignificância que existo, não há outro modo.
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